quinta-feira, 8 de outubro de 2015

De alguém que escreve, infeliz.

De alguém que escreve, infeliz.

Ah, tu continuas com a face grande,
E o coração demasiadamente pequeno!
Com a alma absolutamente fria, vazia.
Um poço grande, cheio de veneno.

Eu mudei, e senão fosse da vida um capricho,
E nunca tivesse existido, na verdade eu nem sei.
Lá fora o silencio é gritante, o coro dos amantes.
Aqui dentro tudo sempre tem estado disperso!

Eu, sou em verdade um típico réu confesso.
Porque nunca nesta vida escondi o que sinto,
Não que eu ache este ato deveras bonito...

Mas, talvez tão somente porque nunca quis!
As tristezas sempre constarão nos autos
Da vida de alguém que escreve, infeliz..


NUNES, Elisérgio.

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Elisérgio Nunes