quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Se tem tantos motivos assim, vá.

Se tem tantos motivos assim, vá...
Eu ficarei, mas desejo boa sorte
Vai, e leva consigo todo o luto
Provocado pela do amor, morte.

Se tem tantos motivos assim, vá...
Eu não posso mais te fazer ficar
Só o que eu tenho é amor
Com tantos motivos parece não dar.

Se tem tantos motivos assim, vá...
Só que não vou implorar pela volta
Não, porque não queres ficar.

Se tem tantos motivos assim, vá...
E assim só terá o meu silêncio
Depois de você ir, é o que posso dar.

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Alegria nostálgica.

Chega a sufocar o clima de alegria
Pode até parecer uma loucura
Mas, eu sinto falta da nostalgia
Porque às vezes é a minha cura.

Por favor não tentem me entender!
Com tanta alegria não há nostalgia
E assim eu não consigo escrever
Não é que eu prefira a tristeza, não.

Mas, às vezes ter algo me entristecendo
Contraditoriamente é o que me faz viver
Ou um inverso do que eu disse, não sei.

E em meio a toda esta minha calma
Eu sinto agora uma alegria nostálgica.
Alegre, entristeço para poder escrever.




sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Eu até poderia

 Eu até poderia ir, e sem você...
Mas, do caminho me perderia
Perdido sem você não me acharia
Coisas fáceis não saberia fazer

Eu até poderia voltar, e sem você...
Seria voltar a um grande acaso
É caminhar na areia sem passos
Existir um segundo e no outro morrer

Eu até poderia ficar, e sem você...
Seria como se eu não existisse
E sem existir não se pode viver

Apesar de poder, prefiro não fazer nada
Ficarei aqui com as minhas palavras

Eu até poderia apagar, mas ficaria sem você.

Então tu me fizeste acreditar

Então tu me fizeste acreditar
Que em mim havia um monstro
Que de ti desconfiava e duvidava
Mas, isso tudo não era meu

Tu que me fizeste sentir assim
Tudo que acreditei não era de fato
O que eu tinha que acreditar
Todas as coisas agora mudaram

Já são várias as versões do mesmo fato
Eu agora não sei em qual acredito
Só que nada mais é verdade, sinto

Mentir com medo de me perder
Não te deixou me ganhar
As mentiras não tem durabilidade.



De loucura eu agora padeço.

De loucura eu agora padeço
Há um monstro dentro de mim
Que muda todo o meu jeito
De tanta insegurança feneço

Prefiro morrer a sentir isso assim
Toda essa minha desconfiança
És de verdade uma ida sem volta
Mas, de fato sem minha vontade

Porque isso nunca fora de mim
E se foi eu agora desconheço
Todo esse ciúme não veio de berço

Pois desconfiar de quem se ama
És uma loucura sem fim
É se olhar e se ver em um espelho.







Te ama é o meu legado

Talvez te amar fora meu legado
Mas, em ti tens me deixado morrer
Agora sempre me falta o ar
Todos os papéis foram rabiscados...

Estou sem canetas para escrever
Tenho agora o coração sufocado
Porque estou longe de você
Falta você que és o meu ar

E sou eu agora um poeta calado
Aos poucos perco o ar e voz
E não consigo mais dizer

Pois as palavras não podem expressar
Mas, te amo e é somente o que faço
Meu legado, é o amor por você.







Quanta decepção e tormento

Quanta decepção e tormento
Tanto que escrevi a ela
Com toda minha emoção
Não houve reconhecimento

A sensibilidade é via de mão única
Já diziam outros amigos poetas
Meu caro jovem não se iluda
Isso não muda e nem vai mudar

Do contrário morra e será bom
E assim não haverá esquecimento
Será a tua falta um grande tormento

Enquanto vives anonimamente brilha
Acredite pois nesta vida só é lembrado
Quem aqui não pode mais estar.




Ao lado dela sempre tive vida.

Ao lado dela sempre tive vida
E agora longe dela eu morro
Sua voz é música para meus ouvidos
Minha luz sempre foi seu sorriso

Nas tristezas sempre foi meu consolo
Mas, aos poucos agora eu a perco
Não sei o que fazer para reconquistar
O medo de perde-la tem me feito perder

Ou talvez deixado de ganhar
Eu prefiro morrer a ficar sem ela
E agora todos os dias eu morro

Porque ela está cada vez mais distante
E apesar de ser enorme o meu amor
As vezes comigo não queres ela está.



A visita

Amanhecia, revelava- se um dia comum como todos os outros, o jovem Hurick sentia sua pele fraca, transparente e sem nenhuma força para reagir, seus olhos mergulhados em negras olheiras denunciavam suas noites arrastadas e acusadoras e ele se ergueu junto com o sol, numa lentidão de velho apesar da juventude que sempre o acompanhara.
Apesar da normalidade que vigorava todos os dias, sabia Hurick que tudo estava diferente, não se via em seus olhos alegria, algo em si estava ausente, tudo era ilógico, e o entristecia. Depois de uma tarde, imerso em uma imensurável nostalgia, antes da verdadeira noite, o crepúsculo se via. Hurick recebe uma visita inesperada, se aproximava Wherther, e uma sensação boa acomete Hurick, pois alguém para desabafar ele teria.
- Boa noite, como vai o último dos apaixonados? diz Wherther.
- Hurick responde, vou bem obrigado e você como vai trovador solitário?
 - Wherther: Ah meu amigo são demais os tormentos dessa vida, principalmente para quem carrega no peito tão vasto amor e imensurável paixão!
- Hurick: sei bem disso amigo, preferia morrer a sentir o que sinto, mas o quer que eu faça é em vão.
- Wherther: partilho do mesmo pensamento jovem Hurick, tudo agora entre mim e minha amada muda, e tudo isso me preocupa para tanto erro creio eu, não haver perdão.
- Hurick: Ah meu amigo eu também esse problema partilho, minha amada tem estado diferente, os erros dela são vários, e perdoar creio não ser o correto não.
- Wherther: mas meu amigo, ouça o que digo, eu amo tanto ela, e pensar em perde-la me desespera, mas sei que as vezes por maior que seja o amor, não é suficiente não.
- Hurick: Trovador, eu te entendo, e mesmo eu tanto a minha amada estar querendo, porque ama-la me mantém vivo, me entristeço, não sei mais o que fazer não.
- Wherther: Entendo meu amigo, já está na minha hora, mas não é uma ida sem volta, ao me sobrar um tempo voltarei a vê-lo e falaremos dos tormentos do coração.
- Hurick, até mais trovador, volte sempre que puder, conversar desafoga, estarei a espera-lo, vai na fé.

Wherther se despede, e então o jovem Hurick novamente se entristece, acometido por súbita tristeza e uma ruim sensação. Em algum lugar, em alguma janela, estava Bela Flor, e também Flor Bela e nada as atormentava o coração.

Não era de fadas o conto.

Hurick sempre fora um romântico além do fim, para ele necessariamente os amores eram contos de fadas, sentia um alivio sempre ao ouvir que uma história de amor tinha força, se perpetuava. Ele era definido pelos amigos de o apaixonado, por isso se sentia o máximo, seu amor ele sempre fez questão de vangloriar.
Hurick sempre fundamentou o seu relacionamento na fidelidade, sob o argumento e sua maior verdade, a de que preferia morrer a fazer algo que pudesse ir de encontro ao seu modo de viver e sua sensibilidade. Em razão disso, ele sempre gostou das coisas claras, além do mais Hurick acreditava que a clareza e verdade eram responsáveis por tornar duráveis todas as histórias de amor.
Mas, às coisas não eram mais como nos contos de fadas, essas mudavam de forma efêmera, eram pelo apaixonado agora desacreditadas. Se decepcionara Hurick, era agora uma ilusão o que sempre acreditou? Talvez caro leitor, ao se amar, a verdade tem que ser sempre imutável e quando as coisas se distanciam dela, não existe mais respeito e se perde o amor.
O jovem Hurick sempre fora um sonhador, e dentre os seus sonhos o maior é que tivesse um amor eterno, para ele não poderia ter fim o amor. Mas, com tantas coisas que agora não eram mais verdades, o apaixonado decidiu viver de acordo com a realidade, e assim o conto de fadas acabou. Hurick agora ver uma realidade, na qual as pessoas mentem e traem, e não acreditam mais no amor.
Essa é a pior morte, acreditar em algo que nunca existiu, ou que se existiu, mudou. Hurick já não pode mais prover sua existência, com tantas dúvidas se vai embora o amor e toma conta do coração uma das piores doenças: a solidão, que traz consigo a consciência de que o que sempre acreditou, não pode mais acreditar, sua história de amor era apenas uma estória, que existiu apenas em sua mente, em seu mundo, na sua realidade e no seu sonho de amar.



Poesia não haverá.

 Dias incomuns e de tão tristes Hurick passava a grande maioria calado, sufocado e imerso em uma intensa nostalgia, pois Bela Flor estava distante e tal distância não era apenas física. Sua ausência era como um veneno destilado e espalhado por todas as artérias, ao passo que se passava o tempo aumentava-se a dor, diminuindo o tempo de vida e aumentando a saudade dela.
As coisas estavam difíceis, as brigas eram constantes o ciúme de Hurick irritava e deixava triste Bela Flor e por isso afastavam-se cada vez mais os amantes. Ela chegava a eternidade do amor questionar, dizia não mais querer viver com tanta desconfiança de quem a dizia amar. Hurick a cada dia mais se entristecia, e apesar de todos os esforços não conseguia mudar, sabia que mesmo com algumas promessas por Bela Flor quebradas, que a desconfiança sempre fora infundada e que o medo de perder Bela Flor o estava fazendo deixar de ganhar.
Em uma noite que a tristeza não era passageira, e o ciúme tentava Hurick afogar, ele e Bela Flor discutiram, e talvez por causa do desgaste Bela Flor mais do que antes passou a se irritar. No calor da discursão sem saber que as palavras são como um carro desgovernado na contramão Bela Flor disse a Hurick que apenas o que ele escrevia, era responsável por ela na vida dele ainda continuar.
Hurick profundamente se entristeceu com as palavras Dela, pois na vida não era menos verdade que Ele era o poeta, e que a poesia era Ela e isso nunca quis negar. Hurick nunca foi só palavras, sua lhaneza sempre ecoou por onde ele passava e sua sensibilidade de todos os demais o fazia se diferenciar.
Agora sem a certeza da eternidade, Hurick diz que da sua vida não mais sabe, e que sem Bela Flor o caminho não se pode trilhar. Sem ela é como se Hurick não existisse, tudo que tem cor perde o brilho, desaparece o ar, não se tem mais vida.   Sem Bela Flor a vida é solitária e fria, sem Bela Flor não há poesia, não mais haverá.