Sempre a escrever
Ah, porém tu não sabes da minha inquietude
Que meu coração todas as vezes se ilude
Mas, palpita com muita força quando vejo você
No entanto, apenas te olhar é o que me resta
Não vem à mente ideia de que tu me enxergas
Eu não sou nada para você, nem serei, eu sei
Porque de fato vivemos em mundos distintos,
És tu em verdade o silêncio, eu o grito
Tu és sempre pura a perfeição e eu a pressa
Você é deveras a parte que a tudo ilumina
E eu somente escuridão, nada sou sem você
Sou de verdade, calado um grande poeta
E vou ser sempre figura essa figura exotérica
Sem nunca ser ouvido, mas sempre a escrever.
NUNES, Elisérgio.
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Elisérgio Nunes