sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Poesia não haverá.

 Dias incomuns e de tão tristes Hurick passava a grande maioria calado, sufocado e imerso em uma intensa nostalgia, pois Bela Flor estava distante e tal distância não era apenas física. Sua ausência era como um veneno destilado e espalhado por todas as artérias, ao passo que se passava o tempo aumentava-se a dor, diminuindo o tempo de vida e aumentando a saudade dela.
As coisas estavam difíceis, as brigas eram constantes o ciúme de Hurick irritava e deixava triste Bela Flor e por isso afastavam-se cada vez mais os amantes. Ela chegava a eternidade do amor questionar, dizia não mais querer viver com tanta desconfiança de quem a dizia amar. Hurick a cada dia mais se entristecia, e apesar de todos os esforços não conseguia mudar, sabia que mesmo com algumas promessas por Bela Flor quebradas, que a desconfiança sempre fora infundada e que o medo de perder Bela Flor o estava fazendo deixar de ganhar.
Em uma noite que a tristeza não era passageira, e o ciúme tentava Hurick afogar, ele e Bela Flor discutiram, e talvez por causa do desgaste Bela Flor mais do que antes passou a se irritar. No calor da discursão sem saber que as palavras são como um carro desgovernado na contramão Bela Flor disse a Hurick que apenas o que ele escrevia, era responsável por ela na vida dele ainda continuar.
Hurick profundamente se entristeceu com as palavras Dela, pois na vida não era menos verdade que Ele era o poeta, e que a poesia era Ela e isso nunca quis negar. Hurick nunca foi só palavras, sua lhaneza sempre ecoou por onde ele passava e sua sensibilidade de todos os demais o fazia se diferenciar.
Agora sem a certeza da eternidade, Hurick diz que da sua vida não mais sabe, e que sem Bela Flor o caminho não se pode trilhar. Sem ela é como se Hurick não existisse, tudo que tem cor perde o brilho, desaparece o ar, não se tem mais vida.   Sem Bela Flor a vida é solitária e fria, sem Bela Flor não há poesia, não mais haverá.


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Elisérgio Nunes