domingo, 2 de fevereiro de 2014

A te abraçar.

Agora estava Hurick a elucubrar, seus pensamentos o levavam até longe, e ainda assim a saudade insistia em acompanhar. Saudade, tristeza e um vazio, o inquietava e fazia seu dia sem brilho ficar, é já fazia um ano, a falta do seu pai estava cada vez mais acentuada e em uma tarde em que a tristeza não era passageira estava Hurick a lembrar.
Mesmo nunca sendo muito próximos, por causa de algumas coisas da vida, Hurick sempre tivera seu pai perto e quando a saudade era maior que a distância, ele iria seu pai visitar, e há um ano não podia mais, seu pai atravessara a ponte da vida, talvez com a sensação de missão cumprida, pois sempre vivera do modo que escolheu arrependimentos não costumava demostrar. As histórias sobre polícia, eram sempre maiores que o sonho frustrado, e da falta de oportunidades para realizar, a cada visita Hurick adiava, não sei se por não conseguir usar as palavras, não conseguia pedir a seu pai um abraço e sempre para próxima vez deixava passar.
Foram muitas as vezes que Hurick iria visitar seu pai com esse pensamento, e em casa até ensaiava, mas não conseguia praticar, incontáveis oportunidades foram perdidas, a distância entre eles, mesmo juntos ou tão perto não deixava Hurick seu pai abraçar, ele não conseguia. E como se não fosse acontecer ou pelo menos Hurick não esperava, tempo para isso não mais restou, a oportunidade passará. Em uma noite fria, a madrugada silenciava, o pai de Hurick atravessará a ponte da vida, levando consigo a oportunidade e o tempo que Hurick tinha de abraça-lo.
Ah como foi angustiante aquela noite fria, o jovem Hurick estava sufocado a tristeza era seu guia, à medida que o tempo passava, e a ponte era pelo pai de Hurick percorrida, chegava a hora da despedida, a tristeza mais acentuada começava a ficar. De repente, Hurick sentira um arrepio, e veio então um forte pensamento -em mente meu pai estou a te abraçar-.

Chegou a hora do adeus, já do outro lado da ponte, o pai de Hurick acenava, se aproximava o fim da tarde, o frio da noite se apresentava e em seu último adeus Hurick sem poder falar, pensava: não te abracei pai, mas tem o meu perdão seguiras em mim e sempre comigo, e a cada abraço sentido, será um pouco do seu, e de todo perdão.

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Elisérgio Nunes